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5 comments:

  1. Um telhado. Um balcão azul desbotado. Um bordel espalhado? Um chapéu encaixado. Uma face - quem sabe? - inerte oculta por mãos em prece.

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  2. O trabalho é honesto, sempre foi. Com ele construí uma casa. É simples, mas dá para minha família. Com ele eu criei os meus filhos. Escola pública, estudo e trabalho para dar conta. Com ele eu comprei televisão, video cassete e antena parabólica. Os rapazes seguiram meu caminho. De que mais eu preciso? Eu tenho um trabalho honesto.

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  3. E além de honesto, eu prezo por valorizar o que a vida fez de nos apresentar. Quando alguém senta na minha frente pra ter o serviço bem realizado, senta sabendo que vai ser e sai depois feliz no final. Mas na verdade eu sei que eles querem muito mais do que só o serviço bem realizado. Uma cadeira não faz 95 anos por acaso.

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  4. As mãos em prece estão pensativas, é hora de aposentar a cadeira, tão cansada... merece descanso. Suas rugas e manchas talhadas no azul (ou seria verde? ela não se lembra mais) nos olham nos olhos, como se pedissem piedade, mas é sem querer. Ela não pode mais. E ele compreende, são amigos de longo tempo, ele também quer descansar.

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  5. - Oi pai João, sua benção!
    - Oi minha filha, Deus abençoe! Mas nesse momento me chame de Antônio, pai João só a noite na reunião quando minha entidade está comigo.
    - Ah, sim é verdade. Por falar nisso as 19 horas estarei aqui para reunião. Por falar nisso onde estão as bandeirinhas que enfeitam o terreiro.
    - (risos)Pedi aos meus ajudantes para prepararem novas... Venha mesmo estaremos esperando para dar conselhos.
    - Sim, não vejo a hora de ouvir os pontos. " São os preto velho que vem de Aruanda, são os preto velho quem vem trabalhar..."

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