Sento sobre as flores que não perfumam meus pés calçados O sol matinal não me alcança Precavida, escondo-me da brisa nada de cabelos ao vento meu refúgio colorido revela o segredo, cobre mas não esconde meu sorriso por que sorrindo vivo
Hoje conversei com meu quintal, ele lembrou de você. Papeamos juntos longas memórias, minha e dele. O rangido da rede, o cheiro da erva e até as cores das flores lembravam de você. Os insetos também sentiam sua falta, até o balde d’água contou fatos seus. O céu, que não estava de bom humor, reclamou de você... A terra sentia por não sujar mais seus sapatos e me perguntou se voltava. Eu disse pra ela que voltava sim, e prometi que sempre que meu coração chorasse, eu iria pisá-la, pois era você que não cabia mais de tão grande em mim.
Janice chamava Luna, sua filha, para vir sentar com ela sob a sombrinha. Tinham caminhado já por bastante tempo e o sol chegava ao ápice do dia. Para seu grande alívio, a visita ao pai de Janice, primeira desde o nascimento da filha, ia bem. Agricultor que cultivava flores entre outros produtos, virou fazendeiro floricultor após às secas no leste africano que decimaram os campos de flores destinadas aos mercados europeus. Luna voltou, espirrando. - Vamos voltar pra casa do vô, filha? Está muito quente. Luna fez que sim com a cabeça e espirrou novamente. Janice percebeu então um pó branco, no braço esquerdo da filha, que mostrava indícios de irritação. O que seria aquilo? Levantou-se, pegou a filha e começou o regresso para a casa do pai.
Dizem que vida pode ser divida em quartos de século caracterizados pelas estações do ano. Dos 0 aos 25 anos é a nossa primavera, depois vem o verão (até os 50), o outono (até 75) e o inverno (até o fim). Essa aí na foto é a Laurinha que prestes a entrar para o verão da vida se apega fortemente a fase primaveril... Laurinha é meiga, delicada, extrovertida e feminina. Uma flor que não quer virar fruto!
Adoro cheiro de amarelo. Quando é dia de sol saio com meu guarda-chuva-sol vermelho cheio de girassóis amarelos e o Gira-Sol leva sol para todas as flores. Ai eu meu sento só para ficar sentido aqueles cheiros de cores.
My name is Gloria, and this is my happy spot. I'm 28 years of age, and I sell sweaters for a living.
In the mornings I like to brush my teeth over the sink by the window in my bathroom because the sounds of the streets below fill my heart with joy and strength, knowing that any other place in the world could not match the life that I live here. This is how I start my day.
I have a lovely neighbor that I stop to say hello to on the stairs when I'm on my way out. She never fails to save a piece of her morning biscotti for me. I never expect her morning generosities to continue, yet there she is, sweeping outside of her doors every morning, greeting me with a smile, and breaking off a piece of her biscotti to give to me. I like that she's so giving.
Living in the town that I live in can scare most people away from living here. It's small. It's a community. And people know each other here. I suppose there is some luxury to having your own quiet space all for yourself. I know that being at my age and still being single is never a topic of interest that will go away among the elderly ladies of my town. Certainly not among their grown sons who come to visit for Christmas from whatever big city they've moved to. I have no interest in changing where I live for romance.
I had a very kind grandmother who taught me how to knit, decorate, and sew sweaters. My happiest memories with her were when she took me out to the hills, to a small field where the golden flowers grew. That was the name she liked to call them - "golden flowers." She used to call me her golden girl.
This field, where I still go to from time to time, is my special spot. It is my happy spot. Not happy because I only come here whenever I feel happy. I come whenever I feel frustrated, or angry, or lonely. It is happy because it is where I feel most at home. It is here that I can remember that this is the place where my life started.
Sempre se esquece que, quando chovem margaridas, a chuva vem do chão. E hoje choveu com tanta força que alguns pingos nunca mais sairão do guarda-chuva. Mas ela acha divertido se esquecer.
É impressão minha, ou está chovendo flores? Será que estou sonhando acordada? Cada gotinha que cai em minha pele me causa arrepios, mas em vez de frio, eu sinto um calorzinho gostoso correndo por minhas veias, me embriagando de felicidade. Posso ouvir o murmurinho das pétalas caindo em minha sombrinha, cantando quase num sussuro: "bem-me-quer, bem-me-quer, bem-me-quer". Dá vontade de dar gargalhadas. Acho que estou apaixonada...
Há os discretos e os coloridos. Os pretos e os floridos. Alguns novos, outros antigos; curtos e compridos; inteiros e rendidos. Há os feios e os bonitos, uns comprados, uns pedidos. Mas sempre para o mesmo motivo: proteger da água que cai do infinito.
Há os discretos e os coloridos. Os pretos e os floridos. Alguns novos, outros antigos; curtos e compridos; inteiros e rendidos. Há os feios e os bonitos, uns comprados, uns pedidos. Mas sempre para o mesmo motivo: proteger da água que cai do infinito.
Hoje de tarde sai emburrada no jardim com meu guarda-chuva. Eu queria chuva e fiz muitos protestos para que chovesse. Eu queria muito poder comer bolinhos de chuva sentada no sofá, tomar chocolate quente e ver um filme do Woody Allen e chorar pelos amores contrariados do meu então livro do Gabo. Mas não adiantou pirraça, gritos e súplicas. Simplesmente o sol sorria. E foi nessa insistência de sorrir que eu me rendi. Vi que o jardim tinha um encanto nos dias de sol que eu nunca aproveitei bem. Vi formigas, grilos, borboletas, flores e senti os aromas. Percebi que não precisava chorar mais, pelo menos hoje. Meu jardim me trouxe vida e eu queria vivê-la. Até meu livro se tornou mais divertido e então percebi que os amores são assim, como querer chuva no dia de sol, sem saber da beleza que está ali e que é apenas preciso viver.
Sento sobre as flores que não perfumam meus pés calçados
ReplyDeleteO sol matinal não me alcança
Precavida, escondo-me da brisa
nada de cabelos ao vento
meu refúgio colorido revela o segredo,
cobre mas não esconde meu sorriso
por que sorrindo vivo
Hoje conversei com meu quintal, ele lembrou de você. Papeamos juntos longas memórias, minha e dele. O rangido da rede, o cheiro da erva e até as cores das flores lembravam de você. Os insetos também sentiam sua falta, até o balde d’água contou fatos seus. O céu, que não estava de bom humor, reclamou de você... A terra sentia por não sujar mais seus sapatos e me perguntou se voltava. Eu disse pra ela que voltava sim, e prometi que sempre que meu coração chorasse, eu iria pisá-la, pois era você que não cabia mais de tão grande em mim.
ReplyDeleteJanice chamava Luna, sua filha, para vir sentar com ela sob a sombrinha. Tinham caminhado já por bastante tempo e o sol chegava ao ápice do dia.
ReplyDeletePara seu grande alívio, a visita ao pai de Janice, primeira desde o nascimento da filha, ia bem. Agricultor que cultivava flores entre outros produtos, virou fazendeiro floricultor após às secas no leste africano que decimaram os campos de flores destinadas aos mercados europeus.
Luna voltou, espirrando.
- Vamos voltar pra casa do vô, filha? Está muito quente.
Luna fez que sim com a cabeça e espirrou novamente. Janice percebeu então um pó branco, no braço esquerdo da filha, que mostrava indícios de irritação. O que seria aquilo?
Levantou-se, pegou a filha e começou o regresso para a casa do pai.
Dizem que vida pode ser divida em quartos de século caracterizados pelas estações do ano. Dos 0 aos 25 anos é a nossa primavera, depois vem o verão (até os 50), o outono (até 75) e o inverno (até o fim). Essa aí na foto é a Laurinha que prestes a entrar para o verão da vida se apega fortemente a fase primaveril... Laurinha é meiga, delicada, extrovertida e feminina. Uma flor que não quer virar fruto!
ReplyDeleteAdoro cheiro de amarelo. Quando é dia de sol saio com meu guarda-chuva-sol vermelho cheio de girassóis amarelos e o Gira-Sol leva sol para todas as flores. Ai eu meu sento só para ficar sentido aqueles cheiros de cores.
ReplyDeleteMy name is Gloria, and this is my happy spot.
ReplyDeleteI'm 28 years of age, and I sell sweaters for a living.
In the mornings I like to brush my teeth over the sink by the window in my bathroom because the sounds of the streets below fill my heart with joy and strength, knowing that any other place in the world could not match the life that I live here. This is how I start my day.
I have a lovely neighbor that I stop to say hello to on the stairs when I'm on my way out. She never fails to save a piece of her morning biscotti for me. I never expect her morning generosities to continue, yet there she is, sweeping outside of her doors every morning, greeting me with a smile, and breaking off a piece of her biscotti to give to me. I like that she's so giving.
Living in the town that I live in can scare most people away from living here. It's small. It's a community. And people know each other here. I suppose there is some luxury to having your own quiet space all for yourself. I know that being at my age and still being single is never a topic of interest that will go away among the elderly ladies of my town. Certainly not among their grown sons who come to visit for Christmas from whatever big city they've moved to. I have no interest in changing where I live for romance.
I had a very kind grandmother who taught me how to knit, decorate, and sew sweaters. My happiest memories with her were when she took me out to the hills, to a small field where the golden flowers grew. That was the name she liked to call them - "golden flowers." She used to call me her golden girl.
This field, where I still go to from time to time, is my special spot. It is my happy spot. Not happy because I only come here whenever I feel happy. I come whenever I feel frustrated, or angry, or lonely. It is happy because it is where I feel most at home. It is here that I can remember that this is the place where my life started.
My golden, happy spot.
Sempre se esquece que, quando chovem margaridas, a chuva vem do chão. E hoje choveu com tanta força que alguns pingos nunca mais sairão do guarda-chuva. Mas ela acha divertido se esquecer.
ReplyDeleteÉ impressão minha, ou está chovendo flores? Será que estou sonhando acordada? Cada gotinha que cai em minha pele me causa arrepios, mas em vez de frio, eu sinto um calorzinho gostoso correndo por minhas veias, me embriagando de felicidade.
ReplyDeletePosso ouvir o murmurinho das pétalas caindo em minha sombrinha, cantando quase num sussuro: "bem-me-quer, bem-me-quer, bem-me-quer". Dá vontade de dar gargalhadas.
Acho que estou apaixonada...
Há os discretos e os coloridos. Os pretos e os floridos. Alguns novos, outros antigos; curtos e compridos; inteiros e rendidos. Há os feios e os bonitos, uns comprados, uns pedidos. Mas sempre para o mesmo motivo: proteger da água que cai do infinito.
ReplyDeleteHá os discretos e os coloridos. Os pretos e os floridos. Alguns novos, outros antigos; curtos e compridos; inteiros e rendidos. Há os feios e os bonitos, uns comprados, uns pedidos. Mas sempre para o mesmo motivo: proteger da água que cai do infinito.
ReplyDeleteHoje de tarde sai emburrada no jardim com meu guarda-chuva. Eu queria chuva e fiz muitos protestos para que chovesse. Eu queria muito poder comer bolinhos de chuva sentada no sofá, tomar chocolate quente e ver um filme do Woody Allen e chorar pelos amores contrariados do meu então livro do Gabo. Mas não adiantou pirraça, gritos e súplicas. Simplesmente o sol sorria. E foi nessa insistência de sorrir que eu me rendi. Vi que o jardim tinha um encanto nos dias de sol que eu nunca aproveitei bem. Vi formigas, grilos, borboletas, flores e senti os aromas. Percebi que não precisava chorar mais, pelo menos hoje. Meu jardim me trouxe vida e eu queria vivê-la. Até meu livro se tornou mais divertido e então percebi que os amores são assim, como querer chuva no dia de sol, sem saber da beleza que está ali e que é apenas preciso viver.
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