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7 comments:

  1. Chamei Bia três vezes e ela ainda não veio.
    Bia, hoje é dia de roda gigante.

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  2. Lata, latinha, latão.
    Coisa, coisinha e menina no chão.
    A luta pela dignidade virou diversão?
    ou foi só mais um sem opção...

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  3. Ela toma a coca-cola, eles brindam suas cervejas. Um gole, uma risada, uma conversa. Noite adentro a alegria aumenta, a vergonha desaparece, desnuda caras aflitas pela liberdade de sensações. Que coisa linda a vida e...oi?! a lata?? toma menino, vai, vai...
    O menino pega a lata, amassa a lata, a coloca dentro do saco. Uma lata, um descaso, um olhar de desprezo. Noite adentro o menino brinda seu destino. Linda a vida não?!

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  4. Eu cato latas todos os dias. Desde que eu me lembro, eu, minha mãe e meus irmãos procuramos latas pela cidade. Meu pai ajudava também, mas gostava mais das latinhas cheias. Minha mãe chorou tanto uma noite que ele foi embora. Eu não entendo como ela fez isso. Não perdôo. Não tem mais violão nem risada, só as latas amassadas por todos os cantos da nossa casa triste. Depois eu conto mais: mamãe tá chamando pra janta.
    Chico Mendonça

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  5. Tem tempo que eu bebo o resto das latinhas que encontro aqui.
    Fico pensando baixinho e bebendo.
    Cada latinha tem um gosto especial. Umas mais, outras menos.
    Venho escondida para cá para ninguém ficar me dando ordens, me mimando com sandália nova, roupa nova, video-game, bombom, patinete, me ignorando na frente das tarefas importantes de adulto.
    Eu bebo até as gotinhas finais. As mais gostosas, morninhas.
    Ah, eu também sempre aproveito para mergulhar nesta piscina de latinha. Treino na piscina de bolinha das festinhas e faço melhor aqui! Fico escondida no fundo. Consigo segurar a respiração por muito tempo lá em baixo, até minha minha mãe e meu pai pensarem que eu não estou aqui, neste lugar longe de casa e irem me procurar em outro lugar mais perto.
    Eles ainda não me procuraram hoje.
    Agora fiquei triste, acho que estou crescendo.

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  6. I'm feeling overwhelmed with trash. I drank all that was contained in those cans. Now they have became part of me, of my identity. I am like those used cans : distorted, diverse, emptied but I can be filled-up again. I am a can consumer. A consumer of sweet, alcohol and many other things. I live like I am drinking the content of a can : I drink, then throw it away. But everything that comes through my path, everything I drank that I have thrown away, are part of my personality anyway. My whole life lies on a bunk of trashed dirty cans.

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