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6 comments:

  1. "O (algodão) é morango
    É vermelho!
    Oi, girando e a rosa
    É vermelha!"
    Um parque que se pisa na grama, come algodão rosa e solta pipa.
    Esse tal Pedrinho nem imagina que ali já foi lixo, aguapé e areal da boca do esgoto.

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  2. "talvez a doçura das minhas memórias de infância, sejam capazes de preencher meu ceticismo vão de alguém que cresceu e se esqueceu que apenas um algodão doce-rosa-solto-do-plástico possa embreagar de sabor macio meus perdidos sonhos de brilho verde-azul de grama-céu..."

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  3. Jorge não quer dinheiro. Jorge não precisa de dinheiro. Jorge vende lembranças. Lembranças que fazem cócegas na língua do menino que delicadamente espera o doce se desmanchar. Só então nasce um sorriso. Só então nasce uma infância. E Jorge?

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  4. Antigamente, do gramado nascia algodão doce!

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  5. Desde de cedo sigo seus passos. Desde cedo ele me ensina o que é gostoso, o que é bonito, o que é bom e o que não é. O que é certo e o que é errado.
    Hoje ele partiu. E partindo, mais uma vez me ensinou. Dessa vez, o que nåo fazer.
    Carrego comigo as lições, os exemplos, as lembranças. Lembranças como esta. Lembranças doces como este algodåo doce.

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  6. Um dia entediado e triste pedi ao meu pai que me desse atenção no domingo, ele disse que não podia, tinha que trabalhar. Então eu disse que queria ajudar. No começo ele não queria, mas depois de uns bicos chorosos ele acabou cedendo. Fomos eu e ele ao parque vender algodão doce, como ele costuma fazer aos domingos. Primeiro me senti entediado vendo as crianças correndo e soltando pipas com seus pais. Eu me limitava a ficar ao seu lado, aproveitando a sombra da grande figura que era seu João, meu pai. Num certo momento ele parou e nós brincamos um pouco na grama de corrida, rodar, rolar e conversar. Paramos pois as outras crianças queriam comprar algodão-doce. Foi quando uma menina que parecia ser da minha idade me perguntou "Seu pai tem a formula mágica?" Sem entender abaixei a cabeça e tímido respondi com a mesma pergunta "Fórmula Mágica?" Ela sacudiu a cabeça e me disse "Sim, ele transforma algodão e açúcar em algodão doce e dá certo. O meu nunca dá."
    Eu gargalhei na hora, mas eu sabia que a mágica era outra, então contei pra ela "Toda noite meu pai vai pra varanda, coloca açúcar na máquina mágica e com o palito ele faz o algodão aparecer do nada!" Ela me olhou com uma cara de espanto e sem entender muito bem me agradeceu e correu de volta para o lado da sua mãe. Eu não entendi, mas pedi meu pai um algodão e sozinho aproveitei para saborear este doce mágico que meu pai vendia.

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